quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Fim da linha iPode

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Em 2001, Steve Jobs revelava ao mundo uma ideia que mudaria o curso dos acontecimentos para sua empresa, a Apple. O iPod revolucionou a forma como encaramos a música e deu origem a outro produto bem-sucedido da companhia, o iTunes.

Treze anos depois, no início de 2014, Tim Cook, agora CEO da companhia no lugar de Jobs, sobe a um palco diferente. Desta vez, em vez de falar com um público interessado em seus produtos, ele falava com acionistas, interessados em saber dos resultados do trimestre encerrado e das projeções para o futuro. E uma destas projeções é que o iPod, um dia a pedra sobre a qual se sustentou um império da Apple, está prestes a acabar.

Não foi isso que Cook disse, mas é o que é possível constatar. O trimestre final de 2013, que representa o primeiro trimestre do ano fiscal da Apple, onde naturalmente há uma alta nas vendas, graças às festas de fim de ano e a Black Friday, viu uma queda de 52% em unidades vendidas e 55% em receita, em relação ao mesmo período de 2012.

E quando analisados os resultados dos últimos anos, a tendência de queda é óbvia e cada vez mais brusca. O futuro do iPod não é muito promissor, como mostra o gráfico preparado pelo pessoal do The Verge:


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Enquanto iPhones e iPads crescem, iPods só despencam (Crédito: The Verge)
Isso porque hoje em dia, qualquer iPhone é um iPod. E a Apple vende milhões de iPhones por trimestre, chegando ao recorde de 51 milhões no último quarto de 2013. A venda de smartphones só cresce. O número de tablets vendidos também aumenta constantemente, e os iPads também podem funcionar como substitutos do iPod, embora não sejam tão práticos. Já os reprodutores de música só venderam 6 milhões na época alta do Natal.

E para quem quer fugir da Apple, qualquer smartphone com Android e até mesmo alguns “dumbphones” conseguem reproduzir música com qualidade. Dá até para se manter no ecossistema da maçã, comprando as músicas pelo iTunes, e as escutar em qualquer outro dispositivo.

Contudo, o iPod só sobrevive pela marca, porque ele praticamente não tem mais espaço no mundo da tecnologia. E a própria Apple já sabia que isso aconteceria quando lançou o iPhone. Steve Jobs já chamou o smartphone de “o melhor iPod que já criamos”. Em 2009, quando a tendência de queda começou, Peter Oppenheimer, diretor financeiro, também previa que a popularização do celular inteligente mataria lentamente o reprodutor de músicas.

“Nós esperamos que a venda de MP3 Players diminua ao longo do tempo, conforme nos canibalizamos com o iPod Touch e o iPhone”, dizia em relatório na ocasião. Hoje, nem mesmo o iPod Touch faz sentido, com tantas outras alternativas mais eficientes para reprodução de música. O dispositivo atende a um nicho muito pequeno nos dias de hoje, que são as pessoas com um “dumbphone” incapaz de reproduzir músicas, que não pretendem migrar para o smartphone, mas querem alguns de seus recursos, ainda que com a limitação de não poderem usar o 3G.

Com tudo isso, o futuro do iPod é claro. O dispositivo caminha para a extinção, pois seu público vai se reduzir a cada ano, até o ponto em que parar de gerar lucro para a Apple. Isso pode não acontecer neste ano, nem no outro, mas a longo prazo, o produto é insustentável, como tantas outras mídias que chegaram e se foram.
FONTE: http://olhardigital.uol.com.br/colunistas/blog_da_redacao/post/

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